Otaku
No japão, o termo otaku é usado para designar uma pessoa realmente fanática por mangás e animes, e muitas vezes a palavra tem um certo sentido pejorativo. No Brasil ocorre o contrário, pois a palavra é utilizada para se dirigir a algum fã de mangás e animes, em que muitos têm orgulho de se considerarem otakus, apesar da grande repressão psicológica que muitas vezes sofre por ser chamado de "criança" ou algo do gênero por assistir desenhos. Esse é o motivo de muitos otakus brasileiros não gostarem que animes sejam considerados desenhos normais, mas sim animações japonesas, que na maiora das vezes são levadas como obras que têm enredo, traços, e animações superiores a de qualquer outro país.
No Brasil
Este termo foi primeiramente introduzido no Brasil provavelmente pelos membros da colônia japonesa existente no país, mas ficou restrito às colônias e ao seu sentido original (o tratamento respeitoso na segunda pessoa, literalmente "sua casa" ou "sua família"). Porém, o sentido mais novo foi introduzido na época da "explosão" de dekasseguis, ocorrida no final da década de 80, quando o termo já havia adquirido seu sentido pejorativo e o fluxo de dekasseguis do Brasil para o Japão se intensificou.
Porém, a popularização do termo, e em certa medida até mesmo do anime e do mangá no país se deu graças a primeira revista especializada de anime e mangá no Brasil - a "Animax". Em tal revista utilizou-se provavelmente pela primeira vez a palavra otaku no mercado editorial brasileiro para agrupar pessoas com uma preferência por animação e quadrinhos japoneses. Como pôde ser percebido mais tarde, o significado original do termo e a visão pouco favorável que a sociedade japonesa tinha dos otakus não foi citada: o termo fora citado na Animax como sendo somente um rótulo utilizado por fãs de anime e mangá no Japão, e este foi o estopim da grande polêmica.
A omissão de explicações precisas sobre o termo e a posterior popularização de seu sentido teve repercussões logo de início: fãs de anime mais velhos e membros da comunidade japonesa que conheciam o sentido original do termo otaku antes da popularização do mesmo foram os primeiros a protestar contra a popularização da distorção do significado da palavra, sendo prontamente rotulados de "anti-otakus", por supostamente "transformar o termo em algo pejorativo". As discussões sobre o termo dentro da comunidade de fãs de anime se iniciaram, sendo esta a primeira possível polarização aceitável como tal dentro da comunidade: muitos membros se denominavam como "fãs de anime" em tentativa de escapar do rótulo de otaku, por saberem do significado pejorativo que a palavra carrega e admitirem tal significado como o correto; enquanto outra parte se denomina prontamente como otaku e prega que não há sentido pejorativo na palavra.
As discussões continuam até o momento presente, em locais que vão desde fóruns especializados em anime e mangá a comunidades no Orkut. Atualmente, a palavra "otaku" é forma mais comum de denominação de fãs de animê, já que a palavra tem outro sentido no ocidente. E, cada vez mais, é comum ver programas através dos meios de comunicação utilizando a palavra otaku, já que a grande maioria não conhece a história do termo, e são justamente estes que recebem mais atenção da mídia.
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